O Congresso Mundial de Fertilizantes, organizado pela Embrapa e pela Rede FertBrasil, em parceria com o Centro Científico Internacional de Fertilizantes (CIEC) e com a Universidade de São Paulo (Esalq/USP), reuniu os maiores especialistas e empresários da área de fertilizantes no Rio de Janeiro, entre os dias 20 e 24 de outubro. “O quarto maior importador de fertilizantes no mundo, e para algumas culturas chega a representar até 50% do custo de produção. Por isso, a pesquisa em fertilizantes é muito importante para o Brasil, fico muito orgulhoso de ver esse tema sendo tratado pelas maiores autoridades no mundo nesse congresso”, ressaltou Ladislau Martin Neto, Diretor-Executivo de Pesquisa e Desenvolvimento.
Os mais de 400 participantes do evento, provenientes de 34 países, encontraram apresentações técnico-científicas, discussões de alto nível sobre tecnologias e usos de fertilizantes nos trópicos e um ambiente propício para o estabelecimento de parcerias. “As mais renomadas autoridades, profissionais e pesquisadores da cadeia de fertilizantes compareceram ao evento – algo inédito. O mais importante, contudo, é que conseguimos fomentar projetos futuros de inovação aberta, a partir de debates entre a pesquisa e o mercado; o que valida a estratégia adotada Rede FertBrasil. Isso significa que estamos no caminho certo”, comemorou José Carlos Polidoro, chefe de P&D da Embrapa Solos e vice-líder da Rede FertBrasil.
Durantes os quatro dias de evento, as maiores empresas de fertilizantes do mundo estiveram presentes demonstrando seus avanços tecnológicos e expectativas para o desenvolvimento de novos produtos adaptados aos solos brasileiros. Um dos exemplos é a Uralchem, uma das maiores indústrias de fertilizantes da Rússia, que já estabeleceu contato com a Embrapa Solos para o desenvolvimento de um produto para suplementação de potássio no cultivo de soja. “A produção de uma tonelada de soja demanda 20 Kg de potássio do solo, por isso para garantir sustentabilidade agrícola é fundamental a reposição desse mineral. Atualmente, no Brasil mais de 90% dos fertilizantes a base de potássio são importados, principalmente do Canadá e da Rússia. Por isso, essa parceria público-privada pode ser interessante para o país”, afirma Vinícius Benites, pesquisador da Embrapa Solos e líder da Rede FertBrasil. A empresa mantém escritório no Brasil há oito anos, mas o contato com a Embrapa se fortaleceu durante o congresso.

A SBCS apoiou o Congresso e foi representada, no evento, pelo Secretário Adjunto, Igor Assis ( segundo da direita para a esquerda)
A abrangência dos temas e a qualidade dos palestrantes, que apresentaram estudos ligados às fronteiras do conhecimento científico, contribuíram para um ambiente de fomento à inovação aberta. Após a palestra de Daniel Zandonadi, da Embrapa Hortaliças, a empresa italiana Valagro sinalizou o interesse em financiar estudos voltados aos bioestimulantes. O pesquisador da Embrapa apresentou situações em que o uso de substâncias húmicas e diferentes classes de bioestimulantes para hortaliças têm demonstrado resultados positivos. No Brasil, os bioestimulantes representam um volume de negócios de cerca de 1,5 bilhões de dólares, ou 10% do mercado total de fertilizantes. É utilizado principalmente no cultivo de frutas e vegetais, com ganhos de rendimentos entre 5 a 10%, chegando a 20% no caso de gramíneas, como cana de açúcar. “A pesquisa desenvolvida pela Embrapa e seus parceiros tem papel fundamental em evidenciar essa tecnologia como confiável, e em desmistificar essa novidade, aumentar a confiança e a adoção que só tende a beneficiar o produtor”, afirma Fernando Souza, gerente de marketing para a América do Sul, da empresa Valagro. Ele também ressaltou que quando a Embrapa começa a pesquisar um assunto, significa que já está mais perto da adoção, ou seja, de integrar o pipeline das tecnologias brasileiras.
Fonte: Embrapa Solos