Representantes dos países que formam a Aliança Sul Americana pelos solos aprovaram um plano para promover o uso e manejo sustentável deste recurso para garantir a segurança alimentar da região. O documento foi aprovado em reunião realizada dia 4 de novembro, em Santiago do Chile.
O plano é uma síntese do trabalho que um grupo de representantes de entidades e sociedades científicas ligadas ao Solo elaboraram durante este ano, como parte das ações da Aliança Mundial pelo Solo. O Brasil foi representado pela pesquisadora da Embrapa Solos, Maria de Lourdes Mendonça e pelo então presidente da SBCS, Gonçalo Signorelli de Farias.
No documento, o representante da FAO, Benjamín Kiersch, disse que “sem solos saudáveis e férteis não poderemos alcançar a meta assumida por todos os governos da América Latina de erradicar a fome na região até 2025 e nem mesmo enfrentar os desafios das mudanças climáticas e do desenvolvimento sustentável”.
A Aliança busca criar vínculos com programas e atividades de manejo dos solos dos países signatários para fortalecer o trabalho conjunto e o desenvolvimento de sinergias, uma vez que, segundo o documento, os países da região não contam com legislações adequadas para proteção dos solos. A notícia, publicada no site da FAO, também afirma que os marcos legais existentes são pouco aplicados devidoà deficiências técnicas, políticas e institucionais.
Segundo a FAO, 14% das terras com algum grau de vulnerabilidade e degradação do mundo se encontram na América Latina e Caribe, afetando cerca de 150 milhões de pessoas. A erosão e degradação dos solos afetam 26% dos solos da América Central.
Outro desafio associado à degradação dos solos é a baixa fertilidade que afeta cerca de 50% dos solos da América Latina e Caribe.
O documento define cinco pilares para melhorar a qualidade dos solos nos dez países que congregam a Aliança Mundial pelos Solos (AMS) na América Latina e Caribe.
- Promover o manejo sustentável dos solos e o melhoramento da sua governança para sua proteção e produtividade sustentável. O planejamento sub-regional deve definir as principais zonas agroecológicas na América do Sul e reunir um conjunto de práticas adequadas para evitar perdas irreversíveis dos solos.
- Fomentar o investimento, a cooperação técnica, o desenvolvimento de políticas, a educação, conscientização e divulgação sobre a importância da conservação dos solos incentivando medidas para fomentar investimentos para a cooperação “ sul/sul”, além da criação de um observatório de políticas.
- Promover o desenvolvimento e pesquisas aplicadas com enfoque nas brechas e prioridades, buscando sinergias com iniciativas produtivas, ambientais e de desenvolvimento social.
- O quarto pilar busca melhorias na quantidade e qualidade dos dados e informações sobre solos. O objetivo é criar uma base de dados de bibliografia sul americana sobre solos, bem como fortalecer o Sistema de Informações sobre solos na América Latina (SISLAC),entre outros.
- O último pilar está focado na harmonização e estabelecimento de manuais sobre métodos, medições e indicadores para fortalecer o manejo e proteção dos solos.
Acesso o documento em: www.fao.org/globalsoilpartnsership