A presidente Maria Eugênia Escobar representou a SBCS na abertura do Simpósio Latino-Americano e Caribenho de Pesquisa de Carbono do Solo entre os dias 25 e 27 de junho, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro (RJ). Cerca de 400 pessoas participaram do evento com o objetivo de debater a saúde do solo, enfatizando que solos ricos em carbono favorecem a produção de alimentos, melhoram a capacidade de adaptação de sistemas agrícolas para o enfrentamento de mudanças climáticas e reduzem a emissão de gases de efeito estufa para atmosfera por meio do sequestro de carbono.
Organizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com organizações nacionais e internacionais, o Simpósio Latino-Americano e Caribenho de Pesquisa de Carbono do Solo reuniu acadêmicos e profissionais ligados às ciências agrárias, produtores rurais, formuladores de políticas públicas e representantes da sociedade civil para debater metodologias da medição, monitoramento, relato e verificação do carbono do solo, além de mercados de carbono e políticas públicas relacionadas.
Durante a abertura do evento, a presidente da SBCS destacou que vivemos um tempo em que a urgência climática demanda respostas científicas robustas e soluções locais com alcance global. “Neste cenário, a América Latina e o Caribe exercem um papel central: somos uma das regiões prioritárias por nosso potencial de sequestro de carbono e, simultaneamente, pelos desafios que enfrentamos – solos degradados, vulnerabilidade climática, insegurança alimentar”, disse Maria Eugênia.
A palestra de abertura foi dada pela pesquisadora Deborah Bossio, que abordou o tema do carbono do solo e sua interface com o clima, a biodiversidade e a segurança alimentar. Deborah Bossio é cientista-chefe de Sistemas Alimentares e Ciência do Solo na The Nature Conservancy (TNC), organização que desenvolve trabalhos voltados à conservação do meio ambiente. Ela atua também como membro do Comitê Técnico e Científico da Iniciativa 4 por 1000, que promove o papel da agricultura na mitigação de mudanças climáticas.
A presidente da SBCS também se referiu a Iniciativa 4 por 1000 como inspiração para enxergar o solo como uma solução estratégica. “Se elevarmos o carbono no solo em apenas 0,4% ao ano, podemos contrabalançar boa parte das emissões antropogênicas. Mas, para iss precisamos de pesquisa científica de alta qualidade, ajustada às nossas diversas condições edafoclimáticas, e promovida pelas universidades — verdadeiros centros de formação de recursos humanos e inovação”, afirmou.
Maria Eugênia também destacou experiências como o Sistema Plantio Direto, Integração Lavoura Pecuária Floresta e os Sistemas Agroflorestais e Recuperação de Pastagens como estratégias de sucesso no Brasil que merecem destaque internacional. “A SBCS, como sociedade científica, busca fortalecer esses caminhos: promovemos produção de conhecimento, formação técnica, diálogo com governos e intercâmbio regional. Apoiamos fortemente as universidades — muitas vezes invisíveis — como protagonistas desta agenda, tanto na pesquisa quanto na formação de novas gerações e na transferência de tecnologia. Que este simpósio amplie redes, estimule inovações e desencadeie iniciativas regionais que coloquem o solo no centro das soluções climáticas. A SBCS reitera seu compromisso com a ciência, a sustentabilidade e o futuro da América Latina e Caribe”, enfatizou Maria Eugênia.
Na véspera do evento, dia 24, a presidente da SBCS também participou do Workshop da Região Latina-Americana e Caribenha do Consórcio de Pesquisa Soil Carbon International (Soil Carbon IRC).
Fotos: Embrapa.
